sábado, 13 de novembro de 2010

Quem faz 180, faz 170!

Buenas, pessoal!
Vocês acreditam que uma informação de distância a menor, no Mapa das rutas argentinas que trago comigo, me fez percorrer outros 170 km - quase mais que ontem (o que, para mim, já tinha sido um assombro!) -, quando pensava que seriam 150?
Rá, claro, alguém vai pensar: mas quem pedala 150, pelada 170! É... não é bem assim... não sei como isso funciona no cérebro, mas, como em qualquer outro desafio, projetamos um limite, um fim - pelo menos comigo acontece dessa forma. Se, de repente, precisamos ultrapassar o final para o qual o cérebro já havia se programado, prosseguir tem um custo mental muito mais alto.
Foi assim hoje: no Mapa, 155 km. Acrescentei 5 por conta de desvios, entrada na cidade, aquelas coisas. Só que cheguei aos 160 já "pelas caronas", e ainda faltavam 10! Bah, que dureza! Quando vi a cidade de Villa Maria despontando no horizonte, redobrei e concentração para evitar caimbras e até um tombo. Porque, nessas planuras, enxergar a cidade no horizonte significa ter que pedalar ainda uns 5 km, eh, eh...
Mas cheguei!
Já estou bem acomodado num Hotel localizado na entrada da cidade (graças a Deus! Não precisei campeá-lo...), e de frente para a ruta (Rodovia) que leva a Rio Cuarto, meu destino de amanhã.
Fotos:
Uma das cenas mais bucólicas que vi desde que saí de Montenegro, a duas semanas atrás, foi de um cemitério num povoado chamado Quebracho Herrado. Afastado da rodovia uns 200m, hiper bem conservado e mantido, com jazigos totalmente diferentes do que conhecemos no Brasil, parecendo mais mausoléus, aquele vento matinal completando o clima de forte introspecção, me pus contemplativo por mais de meia hora, aproveitando para colocar as orações em dia, especialmente os agradecimentos pela oportunidade ímpar que estava tendo nesse momento. Deus sentou-se ao meu lado para prosear comigo! Verdade!
Pena que não posso postar todas as fotos que tirei. E pena que elas não são capazes de reproduzir nada do que aquele lugar transmite para as pessoas.
E essa foto abaixo é dos riquíssimos trigais da pampa argentina. Agora entendo porque os triticultores gaúchos ficam apavorados cada vez que o desabastecimento ou a quebra da safra enfogueira os argentinos a oferecerem sua farinha aos atacados do Rio Grande. Êta páreo duro esse! O trigo argentino enche os olhos!
Por fim, mais uma curiosidade castelhana: existe uma devoção a uma "santa" (não reconhecida pela Igreja, claro) chamada "Difunta Correa". E uma forma de demonstrar gratidão por graças alcançadas é levar água para as grutas onde há a imagem da finada. O que vocês estão vendo é isso mesmo: milhares de garrafas pet com água dentro, quase cobrindo a capelinha! Que coisa mais curiosa!
E eu ali, com sede, minha água das caramanholas borbulhando de tão quente, louco para dar de mão numa garrafa daquelas (duvido que alguém daria pela falta). Mas, como gosto que respeitem os santos da minha Igreja, prossegui, com sede mesmo... Sabe-se lá de que diarreia eu escapei, he, he...
(Esta postagem é a segunda do dia. Se alguém quiser lê-las na ordem correta, a outra ["A façanha de ontem, 12/11"] vem por primeiro).
Bait'abraço a todos.

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