domingo, 31 de outubro de 2010

As inevitáveis surpresas...

Buenas, pessoal!
É... por mais que sejamos organizados, metódicos, disciplinados, na elaboração de um projeto como esse - pedalar de Montenegro/RS a Santiago do Chile -, sempre ocorrerão imprevistos que podem mudar circunstancialmente todo esse planejamento.
Pois não é que hoje à tarde, meu pai, um homem exemplarmente saudável, de uma compleição física invejável para os seus 74 anos (sempre digo que ele é capaz de subir em uma árvore muito mais rápido do que eu...) resolveu nos dar um susto? Teve um mal-estar súbito e, no Hospital, o médico plantonista diagnosticou um AIT, espécie de AVC (acidente vascular cerebral) menos grave.
Por algumas horas senti escorrerem para o campo da incerteza todas as minhas expectativas quanto ao dia da saída: e se meu pai piorasse? E se tivesse outro AIT? E se fosse recomendada minha permanência em Montenegro? E se, e se, e se...? Nenhuma dúvida: teria que adiar a viagem.
No entanto, graças ao Grande Arquiteto do Universo, tudo nada mais foi do que um grande susto em todos nós!
A viagem está de pé! O dia de saída, confirmado! E meu coração filial, até há pouco apertado de angústia pela pronta recuperação do pai, agora retoma seu ritmo normal (claro, nem tão "normal" assim, porque há dias denuncia, por seu ritmo acelerado, toda a ansiedade que uma jornada de bicicleta provoca no coração de qualquer cicloturista às vésperas da partida para mais um desafio!)
Bait'abraço a todos!

sábado, 30 de outubro de 2010

Instalando, na bicicleta, os alforjes e acessórios para camping.

Buenas, pessoal!

Faltam 2 dias, apenas este sábado e domingo, para que eu gire pela primeira vez o pedivela em direção ao Chile!

Antes de mais nada, quero agradecer por demais às tantas palavras de incentivo e apreço que tenho ouvido, seja dos meus familiares, dos meus amigos, dos colegas de profissão, de outros cicloturistas e de esportistas em geral! Independentemente de compreenderem a dimensão de um projeto dessa envergadura - pedalar sozinho por quase 2.500 km, tracionando 40 kg de bagagem, os 12 kg da bicicleta e estes enxutos 100 kg "de puro bunitume"..., cruzando dois países além do próprio onde se reside -, todos me desejaram sorte, coragem, fé (até porque, quando viram que eu ia mesmo, desistiram de me chamar de "panca", "maluco", "desajuizado").

Hoje posto as primeiras fotos da bicicleta sendo montada, com a instalação dos alforjes e todos os itens de acampamento. É uma ciência! Distribuir corretamente o peso da bagagem (70% no eixo traseiro, 20% no dianteiro e 10% no guidão), amarrar os fardos colocados sobre os bagageiros, e ter a certeza de que não se vai perder nada pelo caminho... olha, queimei um bocado de fosfato até acertar!

Aí vai:



Bait'abraço a todos!


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O que vai na "mala de garupa"?

Buenas, pessoal!
Passei boa parte deste domingo separando os petrechos para a viagem que farei ao Chile, de bicicleta (faltam só 7 dias!!!).
Dá de tudo: dos objetos mais elementares (como barraca, protetor solar, kit de primeiros socorros) aos mais inusitados (como pinça, garrote, velcro...). 
É, meus amigos, isso mesmo: pinça, garrote, velcro!  Levar um kit gambiarra nos alforjes já livrou muito cicloturista de passar uma noite na beira da estrada, pois, com alguns pertences, digamos assim, nada ortodoxos, conseguiu improvisar uma solução para os variados problemas aos quais estamos sujeitos: desde um espinho na planta do pé ao rompimento da corrente da bicicleta.
Essa dica obtive com o Rodrigo, do Clube de Cicloturismo do Brasil (http://www.clubedecicloturismo.com.br/), que sempre alerta os "viajantes de longa distância" a se precaverem.  Por isso, além do material acima relacionado, carreguei um dos bolsos dos alforjes com agulha e linha, arame, braçadeiras, durex, cordão de náilon, durepox, isqueiro, joaninhas, superbonder, varal, prendedores de roupa... um caquedo, eu sei, mas, como o seguro morreu de velho, eh, eh...
Ah, e mais uma vez ressalto a importância dos espelhos retrovisores na bicicleta!  Sim, espelhoS, dois, para uma pedalada segura e sem sobressaltos.  Como nem sempre nossos ouvidos captam o som dos motores de veículos que se aproximam - o vento é nosso algoz não só porque nos trava -, socorrermo-nos de espelhos é fundamental para garantirmos nossa segurança.  E como o cicloturista, no mesmo, prioriza a segurança em detrimento da estética, vale a pena investir nesse acessório.
Bait'abraço a todos!

domingo, 17 de outubro de 2010

Roteiro e cronograma

A fim de que meus amigos (e eventuais interessados em repetir a façanha a que estou me propondo) possam saber qual o itinerário que pretendo percorrer na viagem de bicicleta ao Chile, a partir de 1º de novembro de 2010 - portanto daqui a exatas duas semanas -, dividirei o percurso em três trechos distintos: 1º: Rio Grande do Sul; 2º: Argentina; 3º: Chile (que óbvio... dããã!).
O primeiro roteiro tem o seguinte cronograma:
Dia 1º - saída de Montenegro, com chegada em Santa Cruz do Sul
Dia 02 - chegada em Santa Maria
Dia 03 - chegada em São Francisco de Assis
Dia 04 - chegada em Alegrete
Dia 05 - chegada em Uruguaiana.
Opotunamente divulgarei o trecho argentino (certamente o mais difícil, por conta das grandes distâncias que terei que percorrer sem uma infraestrutura adequada nas estradas, principalmente por serem áreas desertificadas, a dificuldade com o clima seco e o idioma estranho - bem, não tão estranho assim, já que todo gaúcho conhece razoavelmente o portunhol.  Ah, claro, e temos também a "linguagem de mímicas": fome, sede, sono, não entendi, tu é maluco, esses gestos são universais, eh, eh...).
Bait'abraço a todos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Preparativos

Estou ultimando os preparativos para outra grande aventura sobre duas rodas (e olhem que não é com uma motocicleta, não; é de bicicleta mesmo!): rasgar a América do Sul praticamente de fora-a-fora no sentido leste/oeste, saindo do município gaúcho de Montenegro para chegar em Santiago del Chile, cruzando o Rio Grande do Sul, a vizinha Argentina e a majestosa Cordilheira dos Andes!  Prevejo que, incluindo os dias de parada para descanso, em aproximadamente 25 dias conseguirei cumprir o roteiro pré-estabelecido.
Com essa viagem, dou seguimento a um projeto iniciado em março de 2006, quando fiz minha primeira viagem de longa distância sobre uma bicicleta: saí de Montenegro/RS e, após 22 dias e 2.170km percorridos, bati na porta da casa do meu irmão Sérgio, que reside em Brasília/DF!
Ah, e já estou anunciando que, em 2014, pretendo fazer a Volta do Uruguai, saindo do Rio Grande do Sul pelo Chuí, e, contornando o País de nossos hermanos, retornar para casa por Santana do Livramento.
Em 2018, pelo litoral brasileiro, do Rio Grande até Salvador, na Bahia...
Em 2022, sabe-se lá...
Isso, meus amigos, chama-se CICLOTURISMO, e espero que, com meu exemplo, muitas pessoas se motivem a pegar a magrela, juntar uns trocos, apontar o nariz para o lado que melhor aprouver, e sair a pedalar.  Nesse momento, compreenderá que, de malucos não temos nada (tá bom, quem sabe um pouco...).  Temos, isso sim, grande amor pela vida, espírito de aventura, sólida consciência ecológica e curiosidade antropológica.  O resto, o resto, gente boa, é vento, esforço, liberdade, conquista!