segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Enfim, a Argentina!

Buenas, pessoal!
Disseram-me que não se podia atravessar a Ponte Internacional pedalando. Eu atravessei!
Disseram-me que era obrigatório andar com uma bandeirinha do Brasil na bicicleta, para identificar o País de origem. Não me pediram!
Disseram-me que a revista seria minuciosa. O Policial só abriu a bolsa de guidão.
Disseram-me que eu deveria tomar todos os cuidados com os correntinos (entenda-se: os nativos de Corrientes, província lindeira ao Brasil). Todos, sem exceção, foram acolhedores, gentis e honestos!
Disseram-me que a Polícia Rodoviária da Argentina (a mal-afamada Gendarmeria) estava virada num bando de corruptos. Sequer me pararam; eu que parei no Posto de Controle para pedir água e me deram mineral gelada! Quase não fecharam mais a boca quando souberam que eu atravessaria o seu País para chegar ao Chile! E me desejaram "boa viagem" e "suerte".
É... confesso que estava muito nervoso para atravessar a Aduana. Mas, Graças a Deus, correu tudo na maior tranquilidade (ainda é tempo para agradecer ao Marco Navarro, compadre dos meus colegas de trabalho Edmar e Tânia - que são de Uruguaiana -, pela disponibilidade de atravessar a Ponte comigo. Liguei para o nº fornecido, ninguém atendeu, resolvi ir sozinho. Mas sua predisposição em ir junto já vale o "obrigado").
E quem diria que entre Passo de Los Libres e Federal, num lugar chamado "Cuatro Bocas", haveria um hotelzinho bom e barato, com Internet Wireless? Foi onde me hospedei.
A grande dificuldade do dia foi vencer os 110km praticamente sem tirar a bunda do banco. É uma reta plana sem fim!!! Precisava às vezes pedalar em pé para dar uma folga ao recavém. Aí, de repente, um caminhoneiro parou e me ofereceu "hielo" (gelo) e maçãs. Deve ter achado que eu estava morrendo, he, he... Mas claro que aceitei! Com a água das caramanholas dava para tomar chimarrão, de tão quentes.




Um espinho conseguiu furar o pneu traseiro novamente. Como estava encravado no pneu, este foi murchando devagarinho, devagarinho... só quando senti a bicicleta saindo de traseira é que percebi o problema. Nenhuma novidade: se não furar, vou estranhar.
Aproveitei o calor infernal (deve ter feito uns 35ºC) para outro banho, nas águas barrentas do Rio Pirinay. Um barral na saída me deixou mais sujo do que quando entrei...


Amanhã a distância será maior e no mesmo relevo. Pelo menos, ao invés de iniciar o roteiro às 11h, como foi hoje, pretendo sair mais cedo e chegar ainda de dia em Federal.
Bait'abraço a todos!