Buenas, pessoal!
Leiam o texto abaixo como se tivesse sido postado ontem (21/11). Falta de rede Wi-Fi em Los Penitentes, Argentina, não permitiram o lançamento no blog.
"Outra vez, não tenho possibilidade de postar, no blog, o dia de hoje. Por isso, escrevo para deixar registradas as impressões deste dia memorável!
Os Andes se dobrarão à minha persistência!
Mas cobrarão um preço muito alto para me permitirem cruzar!
O que vivi hoje foi tão intenso que deixará marcas não só no corpo, como na alma e no espírito!
Febre alta, dor de ouvido, escamação total de pernas e braços, feridas nos lábios, dores articulares, são alguns dos inúmeros problemas físicos que enfrentei, muitos surgidos no dia de hoje.
Mas cobrarão um preço muito alto para me permitirem cruzar!
O que vivi hoje foi tão intenso que deixará marcas não só no corpo, como na alma e no espírito!
Febre alta, dor de ouvido, escamação total de pernas e braços, feridas nos lábios, dores articulares, são alguns dos inúmeros problemas físicos que enfrentei, muitos surgidos no dia de hoje.
Mas nada, nada me impediu de continuar! Nem mesmo os 40 km de subida, até a chegada em Los Penitentes, a 2600 metros de altitude, nem mesmo o vento de 50 km/h, batendo na frente da bicicleta, pareceram obstáculos intransponíveis.
Não me perguntem de onde veio a força (física e mental). Não sei. A cada nova subida, muitas vezes constituída de 5 km sem um momento sequer de alívio, só pensava que era apenas mais um trecho rumo ao topo! Metro após metro.
Alternei tantas vezes a altitude da pedalada, entre os 2000 e os 2500 metros, que bloqueei qualquer outro pensamento que não fosse: continua, continua, CONTINUA!
Os Andes se dobrarão à minha persistência!
Mas prepararam a arena para a luta que se travou durante todo o dia!
Não sei como descrevê-la: mesclem o pior “nordestão” do litoral gaúcho, a 8ºC – temperatura registrada em Uspallata às 07h da manhã –, à subida da serra de Salvador do Sul, não por 16, mas por 40 km, a uma bicicleta com pneu balão pesando 150kg (comigo junto).
Foi isso! Resumidamente, foi isso!
Mas prepararam a arena para a luta que se travou durante todo o dia!
Não sei como descrevê-la: mesclem o pior “nordestão” do litoral gaúcho, a 8ºC – temperatura registrada em Uspallata às 07h da manhã –, à subida da serra de Salvador do Sul, não por 16, mas por 40 km, a uma bicicleta com pneu balão pesando 150kg (comigo junto).
Foi isso! Resumidamente, foi isso!
Há anos, muitos anos mesmo, não usava a relação coroa/pinhão 1-1 e 1-2 da bicicleta. Hoje, ao divisar cada nova subida, já cambiava para iniciar com essas marchas, porque sabia que seria assim, por 01 hora, 01 hora e meia, a 5km/h, quase sendo derrubado pelo vento!
Na última subida, de 7km, exaurido, apeei da bicicleta e me pus a caminhar, empurrando-a. Somente da água que coletei nos arroios – água puríssima, geladíssima, água do degelo – bebi. Foi o alimento que me manteve consciente, lúcido, focado. Água recheada de minerais. A água mais pura do mundo!
Os Andes se dobrarão à minha persistência!
Mas deixarão para o último dia de subida o desafio maior: a chegada a Las Cuevas, a apenas 20 km de distância, porém 500 metros mais para cima, para bater na casa dos 3.100 metros de altitude!
Os Andes querem coroar o maior esforço mental que já fiz em toda a minha vida, mas exigirão o ápice!
Amanhã! Amanhã...
Já é noite na Cordilheira. Tomo banho, janto, e saio para caminhar na beira da Rodovia. Quero me afastar das luzes artificiais para apreciar a beleza das montanhas. A lua cheia está escondida atrás dos altos montes, mas seu clarão aos poucos vai se refletindo no Cume Tolossa, ao sopé do qual Los Penitentes nasceu. 5500 metros de altitude!
Mas deixarão para o último dia de subida o desafio maior: a chegada a Las Cuevas, a apenas 20 km de distância, porém 500 metros mais para cima, para bater na casa dos 3.100 metros de altitude!
Os Andes querem coroar o maior esforço mental que já fiz em toda a minha vida, mas exigirão o ápice!
Amanhã! Amanhã...
Já é noite na Cordilheira. Tomo banho, janto, e saio para caminhar na beira da Rodovia. Quero me afastar das luzes artificiais para apreciar a beleza das montanhas. A lua cheia está escondida atrás dos altos montes, mas seu clarão aos poucos vai se refletindo no Cume Tolossa, ao sopé do qual Los Penitentes nasceu. 5500 metros de altitude!
Passa um avião, em direção a Santiago. Só vejo suas luzes. Parece próximo.
Como as estrelas. As que sobreviveram ao clarão da lua estão tão perto que penso em levantar as mãos para tocá-las. Estou perto do céu. Estou no céu.
O Aconcágua já está para trás, mas as montanhas não me permitem enxergá-lo. Somente amanhã o verei, a 30 km de distância, um colosso de pedra e neve que preenche a paisagem, mesmo a distância tão grande. Para trás já ficou o Tupungato, com seus 6600 metros, tão gigantesco quanto o Aconcágua, tão magnífico que levo um choque quando o vejo, numa curva da estrada, em Punta de Vacas. Escapa-me um “uau!” e paro a bicicleta para permitir que flua a emoção daquele momento.
Como as estrelas. As que sobreviveram ao clarão da lua estão tão perto que penso em levantar as mãos para tocá-las. Estou perto do céu. Estou no céu.
O Aconcágua já está para trás, mas as montanhas não me permitem enxergá-lo. Somente amanhã o verei, a 30 km de distância, um colosso de pedra e neve que preenche a paisagem, mesmo a distância tão grande. Para trás já ficou o Tupungato, com seus 6600 metros, tão gigantesco quanto o Aconcágua, tão magnífico que levo um choque quando o vejo, numa curva da estrada, em Punta de Vacas. Escapa-me um “uau!” e paro a bicicleta para permitir que flua a emoção daquele momento.
Os Andes se dobrarão à minha persistência.
Se dobrarão!
Se dobrarão!
Bait’abraço a todos!
Buenas tche!, Com certeza "Os Andes se dobrarão à minha persistência", por tu te chamas Paulo Petry, mais teimoso que goteira em casa de velho, e com isto os Andes nao estao acostumados. Va em frente que agora falta pouco. Um grande abraco. Thales
ResponderExcluirDá-lhe Paulo!!! Agora é morder os beiços e seguir!!! "Vamo"que "vamo"!!!! Um forte abraço do amigo Rafael!
ResponderExcluirSalve, alemão velho.
ResponderExcluirÉ bom saber que tu está tão determinado e disposto física e mentalmente. Continua firme aí. "Estamos" contigo em pensamento. Agenda aí: Salvador do Sul, na tua volta. (a gente vai se matar e tu é capaz de subir de ré. Putz...)
Abração.
Augusto
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPaaaaiiii
ResponderExcluirComo está tudo aí?
Desde o dia em que tu saiu, uma ladra esta rondando a casa e deixando aflito o coração de todo mundo aqui.
O seu Pedro nos disse que o nome dela é SAUDADE e ele vê ela ali desde que a tia Delí morreu.
Dá pra voltar pra casa e vim matar essa saudade logo, em?!
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrs
Ontem fiz uma coisa muito legal lá no Masa, que eu nunca tinha feito:
GINETEEI (eu acho que é assim que se escreve!).
Mas foi em uma ovelha, mixuruca, curta, mas gostei!!!
rsrsrsrsrsrsrsrs
Depois de uma grande estratégia bolada por duas mentes fortes e hábeis no ato de pensar, a minha e a do Dudu, conseguimos encurralar as tais ovelhas, há, e com a ajuda do meu grande amigo Masaaaaaaaaa ropi!
Claro que foi escondido do Cassiano, mas tá valendo!
Pai, beijos, vou indo...
S2
pai, como a mãe não gosta de escrever, está te mandando um beijo e disse que está com saudades tuas!
ResponderExcluirOS ANDES SE DOBRARÃO À TUA PERSISTÊNCIA. I believe this.
não demora. quero poder chegar em casa e te contar como foi meu vôlei e como foi difícil mas eu consegui tirar B na prova de física.
volta logo, tá?
beijos.
sz'
Força aí Paulinho. estamos contigo nesta aventura.
ResponderExcluirabração,
andrea e jaime
Oi dindão, como vão as coisas aí?
ResponderExcluirEu já sei, frio, gripe, febre e cansaço...
Pode ter certeza que toda a família petry, silva e vieira está com um pensamento positivo sabendo que tu vais chegar 100%.
E a história do Guto é mais pura do que a água que tu tomas.Boa sorte com a tua viagem e que dê tudo certo ;D
É isso aí, Linho... Já que tu não te dobras, os andes "vão ter que se dobrar"........Força que já estás chegando! Só te cuida um pouco, porque não tem ninguém aí prá te fazer um chazinho.... Todos estão com muitas saudades. Bjos.
ResponderExcluirOla, amigo Petry. Passamos hj pela cordilheira com olho comprido atrás de vc... Encontramos um ciclista com bandeira americana no capacete, acho que era o nova-iorquino que vc conheceu.
ResponderExcluirOlha! Atravessamos de moto e podemos ter uma idéia do que vc esta passando. Chegamos na fila da Aduana da Argentina com sol, em 20 minutos fechou e começou a nevar. Saimos da Aduana com flocos de neve caindo, pegamos um sol de 10 minutos e começou a chover, a chuva mais fria que pode existir.
Só que esteve nesse lugar sabe o quanto é inóspito e como são severas as condições climáticas.
Estamos muito admirados com sua determinação em vencer esse desafio.
Estamos torcendo por vc!
Abraços!!!
Darlan e Alvaro
Thales e Carlos Augusto! Queria que vocês estivessem aqui! Como bem disseram (escreveram) há alguns dias atrás, essa experiência, para um ciclista, é algo impagável! Estou fascinado! Para onde será o próximo desafio? rsrsrs
ResponderExcluirRafael: prepara a turma da laboral: falta pouco para eu voltar. VIVO!
Augusto e Rafaela: vamos dar cabo logo dessa inoportuna SAUDADE! No domingo, tua mãe chegará de Santiago comigo a tiracolo! Amo muito vocês!
Andrea, tuas previsões se confirmaram: Uspallata é o que de mais lindo pode existir, mas porque faz parte de um todo incomparável, que é a Cordilheira dos Andes!
Vara e Dudu, Ana e Dadinho, é muito bom estar de novo "embaixo". Mas me dá um aperto no coração ver que as montanhas estão ficando para trás. Em toda a viagem, mais de 350 fotos!
Darlan e Álvaro! Não houve motociclista que por mim passasse ontem que não tivesse merecido minha atenção. Queria muito revê-los, falar-lhes que encontrei o ciclista Ricardo, com quem vocês haviam conversado também. E olhem, devo confessar que levantar a cabeça para focar os motociclistas, naquelas condições, não estava nada fácil, eh, eh, eh...
Escapei da neve por pouco, porque vi o tempo fechando atrás de mim. Mas já estava na descida (Graças a Deus, rsrsrs).
Espero um dia poder reencontrá-los, para rirmos um pouco das dificuldades pelas quais passamos (hoje, já passado).
Cuidem-se todos, porque eu estou.