Buenas, pessoal!
Agora sim, há morros de verdade, eh, eh...
Estou em San Luís, capital da Província do mesmo nome, cidade de quase 200 mil habitantes que cresceu no pé de uma cadeia de montanhas muito bonitas.
É uma formação geológica deveras interessante. Do nada, surge essa "sierra", de altura considerável - já as divisava no horizonte a 40 km daqui -, e não tem árvores, afora um ou outro arbusto. Tudo é grama e pedra. Essa "sierra", segundo informou-me a recepcionista do Hotel, tem muitos donos, proprietários de chácaras, quintas e fazendas, nas quais se criam ovelhas e cabras (também, pudera, só animais assim para escalarem esses peraus!). É um tira-gosto da Cordilheira dos Andes, que deve surgir à minha vista a partir de quinta-feira.
Vinte quilômetros antes da cidade, na Rodovia, há um pórtico (ou será um monumento? Ou uma escultura? Sei lá! É isso aí que vocês estão vendo!), chamado "Júpiter". Boa parte da sua estrutura superior é de vidro colorido, e, ao fim da tarde, sob os raios do sol, gera um efeito visual bem bacana. Como estava na hora do descanso, aproveitei para "me fotografar" debaixo do... debaixo da... debaixo daquilo!
Agora, tenho que confessar: um dos maiores choques que tomei desde que ingressei na Argentina foi o gastronômico! É tudo diferente! Quando descobri que "pasta" era massa, por dias a fio só pedi "pasta" (ravioli, nhoque, macarrão). Na dúvida, preferia não arriscar.
Com o passar dos dias, constatei que a famosa "parrilla" argentina tem muitas variações: se pedir apenas"parrilla", vem uma "costilla" (costela) do tamanho de um pastelão, e, dependendo da boa-vontade do garçon, uma morcela assada ou um pedaço de linguiça (em torno de $ 20 pesos, ou R$ 8,00). Se, porém, pedir uma "parrilla" de vazio, bom, o tamanho é o mesmo, mas o preço pode subir para até $ 35 pesos (R$ 15,00). Todas carnes que se desmancham, de maciez incomparável.
E há também a "milanesa" (a nossa famosa "A la minuta"). A diferença é que não vem arroz, não vem feijão, e não vem ovo frito. Em lugar disso tudo, "papas" (batatas fritas) e... pão! Um fartão de pão! Aqui, se come pão até com "pasta", ou seja, depois de devorar a massa, "limpa-se" o prato com o pão. Não sei como o castelhano não é mais gordo.
E esse mostrengo aí embaixo é uma espécie de plantadeira, que transita pela Rodovia a 80 km/h! Se vocês repararem, está rebocando dois vagões, que são um tanque e uma casinha móvel. É um comboio que passa à toda, como se fosse um carro. Conversei com o motorista de uma dessas geringonças e ele me disse que estava parado na beira da estrada, esperando o dono da terra chegar para abrir a porteira. No ar-condicionado e ouvindo música no rádio do "veículo". Que tal!
E olhem a altura da máquina! Precisa-se de uma escada para subir na cabina!
A surpresa desagradável do dia foi mais um pneu furado. Me roncou nas tripas que o dia estava tranquilo demais: tempo bom, pouco calor, vento a favor, somente 100 km para pedalar de Villa Mercedes a San Luís, ai, ai, ai, ai, ai...
Batata! A 10 km do meu destino, a bicicleta começou a balançar sugestivamente. Nem me abalei: já fui parando, pegando os petrechos de troca e providenciando no conserto. Pelo menos fiz isso com uma paisagem deslumbrante ao fundo! O responsável pelo furo foi um caco de vidro. Realmente, esses pneus que eu botei para a viagem estão deixando muito a desejar: possuem pouca borracha, os cravos (garras) são muito juntos, o que permite que pedras, espinhos e cacos de vidro se alojem entre eles. Com o peso da bicicleta, basta uns poucos metros para que eles perfurem a borracha e consumam o crime. Já foram, agora, 10 trocas, um absurdo para uma viagem de apenas 1750 km até agora.
Amanhã, pretendo chegar em La Paz, na metade do caminho entre aqui (San Luís) e Mendoza.
O bom é que a chuva, pelo jeito, se foi (deve estar chegando no Rio Grande do Sul, rsrsrs).
Bait'abraço a todos!
Buenas tche, deixa de ser mao de vaca e compra um pneu traseiro bom. Senao na volta vais ter mais uma profissao, borracheiro....hahahah . Pelo visto ate agora foi mumu andar no plano, quero ver as cordilheiras....um abracao boa viagem te cuida. Thales
ResponderExcluirQue beleza hein Paulo? como bem disseste, o percurso feito de bicicleta permite que a paisagem vá se mostrando aos poucos, com suas imagens, sons, aromas e tudo o mais que, aqui, não consigo imaginar, mas que tu estás desfrutando com toda a intensidade. Acredito que a partir de agora, a cada quilômetro superado, o caráter de aventura cederá espaço à emoção, pois começarás a sentir a Cordilheira cada vez mais próxima de ti... Que bela experiência companheiro! esse é o real e verdadeiro "ganho de vida" que todos precisamos. Grande abraço!!!
ResponderExcluire que belas montanhas, hein!
ResponderExcluirGaranto que o pneuzinho furado não serviu nem pra abalar teu dia, e esse sim foi um dia bonzão.
E sobre os castelhanos não-gordos... tu já viu como anda o maradona, petry? haha
não sei quem está mais ansioso pra que tu chegue nas cordilheiras e poste as fotos, se é tu ou a gente.
Espero que o dia de hoje esteja sendo tão bom quanto o de ontem (:
Manda ver, petry! Estamos te acompanhando firme e fortes aqui!
abração!
Marlon Gräwer
Fiquei fascinado pela tua aventura. somente hoje consegui ler toda a narrativa sobre ela. Com certeza uma façanha que jamais será esquecida... Fico contente por ti e desejo-lhe todo o sucesso nessa empreitada... Nos vemos por aí... Vagner.
ResponderExcluirpaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirE aí tchê!
Vem cá em, a saudade está batendo. Tu não vai voltar pra casa?!
E deixa de ser macumbeiro e mandar chuva pra cá...!...
Amanhã tenho intersérie e vou fazer um gol pra ti. beijos e abraços e mais beijos e mais abraços.
Guto
Chuva, heim? Para de rogar praga rssrrsrsrrsrr!!!!! Que nada. Deixa chover prá cá que é melhor.Enquanto isso, pedala que os "morrinhos" tão chegando. Nós, daqui, só torcendo. A mãe até tenta entrar no teu blog e as vezes consegue. Ela se emociona muito e acho que conta prá toda vizinhança as quantas anda. Bom, agora vou descansar(hihihihihihihihi) bjos.......
ResponderExcluirSalve, Petry velho. Tu já está longe, hein meu... Mas agora vem a cordilheira pela frente. Te prepara... Estou acompanhando o teu percurso no google earth e estou curioso para saber por onde será feita a transposição da cordilheira. Se for possível, me informa qual estrada, quais cidades, etc... Até agora passaste por altitudes que já enfrentamos (800, 900...)mas vem altitude MESMO por aí. "Vamos" contigo.
ResponderExcluirAugusto
oi! depois de muito estudar, consegui contato, mas não sem ajuda dos universitários. Falar nisto, aproveita para recordar as aulas de Geografia, no São João. Em livro, viste tudo isto que estás vivenciando agora. Força! Abraços gisa.
ResponderExcluirThales, gastei uma banana comprando 4 (4!!!) desses pneus que agora estão me deixando na mão! E custaram uma fortuna! Mas, como aprendemos mais com os erros do que com os acertos, na próxima vez vou com o bom e velho Mithus, eh, eh, eh...
ResponderExcluirManoela Chagas, companheira querida! Imagino tu e o Sandro vivendo isso! Como ambos são extremamente observadores, com certeza muito do que eu estou deixando escapar não passaria do olho clínico (e fotográfico) de vocês! Basta ver aquelas fotos maravilhosas do Parque da Fortaleza, em Cambará do Sul!
Marlon, esqueci-me completamente do Maradona, é verdade! Será que é de tanto comer "pano" que ele está fofinho daquele jeito? Ou será de... bom, deixa prá lá...
Vagner, obrigado pelo incentivo à continuidade da aventura! Sem dúvida, é algo para se contar para os netos com os olhos cheios d'água!
Augusto, filhão! Tenho certeza que fizeste o gol e foste para a frente da câmera da TV Cultura fazer um coração com as mãos para mim! Te cuida, guri!
Vera, irmazinha, se a mãe não consegue ler, ajuda-a! Acho que ela deve ter rezado 8500 Ave-Marias já... Pelo menos se vê o relato e as fotos sabe que estou bem!
Carlos Augusto, hoje fechei 2.000 km! Tirei foto de novo do ciclocomputador! Estou na Ruta 40, que leva a San Juan, mas amanhã tomo o caminho de Uspallata, Los Penitentes, Puente del Inca e Las Cuevas, todas ainda do lado argentino. Depois, já no Chile, Los Andes e Santiago.
ResponderExcluirEstou curioso pelo frio que possa fazer... dizem que vai fácil a 0ºC.
Gislaine, minha professora, mais que uma professora, uma amigona! Que bom que tu estás acompanhando também a viagem! Fico sinceramente honrado com o teu prestígio. Teremos muito o que conversar depois! Te cuida!
Buenas,tche, o teu blog é leitura obrigatoria de todos os dias, tem q ter noticias todos os dias. Te vira meu. Nos estamos aqui so te acompanhando e mandando energia para esta tua aventura. Um abraco Thales
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