Buenas, pessoal!
Leiam esta postagem abaixo como se tivesse sido postada ontem. Foi tudo tão mágico, que preferi escrever ontem mesmo e aguardar disponibilidade de Wi-Fi para publicar no blog.
"Mesmo não tendo rede Wi-Fi disponível onde estou hospedado (na localidade de Los Potrerillos, um distrito de Lujan de Cuyo), por todas as sensações que tive hoje, achei melhor deixar registrado num Arquivo Word como foi meu dia para, na primeira oportunidade possível, postar no Blog, com as fotos correspondentes.
Estou no interior da Cordilheira dos Andes! Cumprindo um roteiro tipo “Plano B”, sim, mas pedalando entre as montanhas de pedra e areia!
Saí de Mendoza às 07h30min disposto a percorrer os 120 km que me separavam de Uspallata, mesmo sabendo que seria morro acima.
Contudo, devido ao forte vento contra, três horas depois, sem ter ingressado na Cordilheira propriamente dita, havia percorrido não mais do que 35 km! Mas era evidente que estava subindo, de forma constante e penosa. Não conseguia impor ritmo à pedalada!
Ainda nesse trecho, dois motociclistas se aproximaram, um deles passou por mim, mas o outro foi reduzindo a velocidade, reduzindo, até andar no meu ritmo. Numa Hornet 600 a 10 por hora! Perguntou-me de onde eu vinha e, quando lhe respondi “de Porto Alegre” (larguei de mão de dizer que sou de Montenegro, porque ficam meia-hora perguntando onde fica), ele disse que tinha ouvido falar de mim num restaurante em Rio Cuarto! Vê se pode uma coisa dessas!
Resolvemos parar, o outro motociclista retornou, e iniciamos um divertido bate-papo na beira da Rodovia. Eles são o Álvaro Assunção, de Porto Alegre, e o Darlan Schenkel, de Canoas. Aí eles me contaram que pararam em um restaurante, e lá o atendente disse que dias atrás havia passado um brasileiro que estava indo de bicicleta para o Chile. Quando me viram, não tiveram dúvida de que eu era o tal que havia passado em Rio Cuarto. Que coincidência, não?
Outra coincidência: o Darlan é primo do Marcelo Schenkel, “seguidor” deste blog, e seus pais nasceram em Brochier, quando esta cidade era distrito de.... tcha-na-na-nam: Montenegro! Tá louco...
Os dois despediram-se de mim prometendo que, na volta, se me encontrassem, parariam novamente para contar como foi a travessia da Cordilheira de moto! Que legal, né?
De repente, bem no sopé da montanha, a rodovia embicou! E aí, não parei mais de subir! Foram 20 quilômetros nas marchas 1-3, 1-4 ou 1-5 (relação coroa/pinhão da bicicleta)! Nunca mais do que isso! Gente do céu, que sufoco! A velocidade variava entre 7km/h e 10km/h. E fazia tanto frio, em plena hora do meio-dia, que coloquei outra camiseta (de algodão) por baixo da que estava usando, já que o vento estava gelando meu suor e gerando um tremendo desconforto!
Mas a paisagem que ia se descortinando a cada curva, a cada nova subida, pagou todo o esforço! Não é possível descrever este lugar! Nem tentarei! É tão exuberante o cenário que esqueci-me do cansaço, do esforço, das dores...
Creiam-me, subindo aquele trecho danado, peguei-me muitas vezes rindo e dizendo para mim mesmo: “Estou pedalando na Cordilheira”!
E assim como fui obrigado a vencer essa subida terrível, vi-me presenteado com algo que não esperava: uma descida vertiginosa, em direção a um lago de água turmalina, formado a partir do degelo da neve das montanhas! A bicicleta despencou lomba abaixo, atingindo a velocidade de 54km/h! Que emoção! Resolvi usar os freios, pois uma pedra, um desequilíbrio, poderiam trazer conseqüências bem graves. Preferi não arriscar.
Aí, novamente uma subida!
Bem, já havia feito 65km, passava das 13h, estava cruzando o acesso à localidade de Los Proterillos, resolvi procurar um restaurante e, se houvesse hospedagem, dormir por ali mesmo. Total, não teria condições de percorrer mais 60km, morro acima, até Uspallata, sem um severo e desnecessário desgaste físico.
Assim foi: encontrei um quarto numa casa de família (que também tem um barzinho onde serve almoço e janta), e aí me alojei.
Aproveitei, então, o resto da tarde para caminhar pela beira do lago, tirar muitas fotos, ser turista por umas horas...
Na volta ao restaurante, 4 argentinos de Buenos Aires chegaram procurando algo para comer, viram a bicicleta toda carregada, a conversa fluiu, e daqui a pouco éramos uma única roda de animada e interessante conversa. Foi tão simbiótico esse encontro que, na despedida, o Alberto, sua esposa Rose, a cunhada Suzana e a amiga Patrícia fizeram questão de presentear-me com algo. Ganhei uma caixa com soro granulado, específico para casos de desidratação (e sei que estou sujeito a isso), e, da Patrícia, retirada de sua própria carteira, uma imagem de São Jorge! Não pela imagem em si, mas pelas palavras ditas (“de que essa imagem lhe era muito cara e me entregava para que eu permanecesse protegido e voltasse para casa em segurança”), e também por toda a aura positiva que envolve este lugar abençoado, foi um momento muito emocionante! Ninguém preocupou-se em conter as lágrimas, que caíram abundantes, a regar um pouco mais esta terra que só gera beleza e magia. Que encontro!
Na praça do lugar, lendo uma placa, descobri que já estou a 1.230 metros de altitude, e que a interminável subida me levou a 2.000 metros (por isso do vento gelado!), antes da fantástica descida. Em 30 quilômetros, entrei num outro mundo, gente!
Bait’abraço a todos!"
Não estou conseguindo postar fotos, porque a Internet é compartilhada. Lamento, de verdade! Mas, assim que obtiver um sinal compatível, postarei somente fotos para que vocês tenham uma pequena ideia do que é isso aqui!!!
eai sogrão, hehehe
ResponderExcluircomo está essa força aí??
bah que bom encontrar gente conhecida! Alguém que entenda o que tu fala. hehe
estão todos com saudades, ta todo mundo aqui!!!!!!!
beijosss e abraços. Tuas filhas estão morrendo de saudades, beijosss delas. Noticias boasss acabamos de saber que os dois chuliadores passaram pro domingo!!! abração até maiss!!
Companheiro, estamos todos contigo, felizes e emocionados por poder compartilhar essa experiência maravilhosa. Realmente, estás em solo sagrado!! o que, certamente, torna mais latente tua sensibilidade e capacidade de interação com tudo e todos ligados ao bem... é mágico isso companheiro... experiência para poucos. Siga firme por aí!! Deixa te passar os recados: no dia 19, durante o treinamento para os escrivães de POA, aproveitei para atualizar o povo sobre tua jornada. Acessamos o Blog lá mesmo, Rosália, eu, Marlon, Magali, Dra.Eliane e Dr.José Luiz - os dois últimos, por ainda não serem seguidores - me incumbiram de repassar a ti um grande abraço e registrar a torcida e adimiração pela tua coragem e determinação!! Eu e o Sandro continuamos no torcida, de olho em ti! Grande abraço companheiro!!
ResponderExcluirOi, Paulo, estou te acompanhando,te desejando boa sorte! Aproveita para depois a gente ver as fotos e fazer comentários. Gisa
ResponderExcluirLuigi, que boas notícias me dás! Viva os guris do Estância do Montenegro! Eta CTG que gosta de ir bem na chula, não é?
ResponderExcluirManoela Chagas, agradeça por mim a todos que estão aí em Porto Alegre torcendo pelo sucesso da empreitada. Um grande abraço também, companheira!
Professora Gislaine, marcaremos esse encontro tão logo eu voltar. Com a Andréia, o Jaime & Cia, pode ser?