Buenas, pessoal!
Nessa 6ª-feira (26/11), após 26 dias, 2.392,5 km percorridos (faltaram 7,5 km para 2.400!), depois de cruzar meu próprio Estado de origem, a Argentina e o Chile, passar por 105 cidades e/ou povoados, depois de alternar planícies e serras, suportar temperaturas de verão e de inverno extremos, depois de pedalar sob chuva, sob sol, de atravessar 16 túneis, de enfrentar uma das Cordilheiras mais exuberantes e mais seletivas de todo o Planeta, de cumprir uma rotina diária de 130 km em média pedalados (a menor distância: 65 km; a maior: 180 km), finalmente estacionei a bicicleta Caloi Elite 2.7 em frente ao Aeroporto de Santiago do Chile, e dei por ENCERRADA, COM ÊXITO, essa que foi uma das jornadas mais espetaculares da minha vida!
O que dizer numa hora dessas?
Fico tentado a fazer, já agora, uma análise (despretensiosa, claro) de tudo quanto representou e representará esse desafio na minha vida.
Mas não.
Por respeito a todos que, de uma forma ou de outra, vêm acompanhando essa travessia, vejo-me no compromisso de relatar como foi esse último dia de pedalada, até para poder também encerrar a descrição seguindo a rotina que por quase trinta dias vingou neste Blog. Não faltarão oportunidades de, nas próximas postagens, poder fazer um resumo, quem sabe arriscar algumas conclusões...
Assim, foi que:
Para cumprir essa etapa final, e vencer os 85 km que me separavam do Aeroporto, saí de Los Andes (Chile) às 09h da manhã.
Tarde, porque, ao pegar a bicicleta que ficara parada 3 dias no Hotel (de 3ª-feira 23 a 5ª-feira 25), descobri que seu pneu dianteiro estava furado. Um "fecho de ouro" para aquele que foi o único problema mecânico que enfrentei na bicicleta: 11 furos em 25 dias! Uma grande decepção a todo o conjunto ciclístico de rodagem (câmaras, pneus, fita de kevlar...).
Mas nada disso desmereceu a fantástica paisagem que se me descortinou aos olhos na saída daquela belíssima cidade chilena!
Uma grande subida, de cerca de 10 km, levou-me novamente próximo dos 1000 m de altitude, onde o último túnel da viagem (com 2 km de extensão), me aguardava. Claro, em cima de outro carro-socorro, porque é proibida a passagem de ciclistas no local.
À travessia desse túnel sucedeu-se uma forte descida, já em direção à Região Metropolitana de Santiago. Mas o vento - sempre ele! - determinou pedalada constante e firme mesmo lomba abaixo, a fim de que pudesse manter a média de 15km/h que me levaria, até mais tardar 17h, às portas do Aeroporto, onde minha esposa estaria chegando, proveniente de Porto Alegre.
Tempo para mais uma foto, dessa vez da paisagem que me acompanhou por praticamente todo esse último trecho pós-túnel (serras baixas, arenosas e, por isso mesmo, de pobre vegetação).
E o último monumento fotografado comigo e a bicicleta: uma homenagem à Batalha ocorrida em 1817, quando habitantes da Aldeia Chacabuco saíram vitoriosos na luta pela independência do Chile. É muito grande e muito bonito!
Em frente ao Aeroporto, ciclocomputador na mão, acho que a imagem abaixo fala por si...
Acabou!
Ou começou...
Não sei ainda. Uma "viagem" dessas termina com a chegada ao destino?
(Amanhã, postarei fotos da Cordilheira dos Andes vista de cima. E eu que pensei que bonito era lá embaixo...)
Bait'abraço a todos!